CARLOS RUMMONT DE ANDRADE
PROCURA DA POESIA
Penetra surdamente no rino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escriotos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
Há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus pemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros.Calma, se te provocam.
Espera que cada um se srealize e cumsume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o pema a desprender-se do limbo.
Não colhas no cão do poema que se perdeu.
Não adules o poema.Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil feces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pala resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio dificíl e se transforman em desprezo.
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